quarta-feira, 27 de setembro de 2017

O Porquinho e a Ventosa.

Por Lulu

Conto infantil dedicado aos netos 
Vicente, Vinícius e Murilo.

Self do Porquinho Saruê

Na Casa da Felicidade, viviam dois meninos muito inteligentes e sapecas. Chamavam-se Digá e Lalu.

Eram inteligentes porque prestavam muita atenção no que os mais velhos faziam. 

Eram sapecas porque nem sempre seguiam os conselhos dos pais.

Coice de burro é fogo
Um dia viram o pai aplicar uma ventosa na barriga de um velho machucado. O velho estava com dor na barriga, no lugar onde um burro havia dado um coice. Coice de burro dói muito  e machuca por dentro.

 O pai aplicou uma ventosa bem em cima de onde o burro tinha dado o coice porque ventosa cura por dentro. 

Copo lagoinha
Para fazer a ventosa, o pai pegou um copo de vidro, tipo lagoinha, e colocou dentro dele um pouquinho de algodão, depois pingou 10 gotas de álcool no algodão. Mandou o velho tirar a camisa e preparou o copo. Botou fogo no algodão que estava dentro do copo com as 10 gotas de álcool. Logo que o fogo se alastrou dentro do copo, o pai apertou o copo na barriga do velho. A carne da barriga entrou dentro do copo e a dor sumiu na hora.



Enquanto aplicava a ventosa, o pai explicava para os meninos:
  
----Tá vendo Digá, tá vendo Lalu! Vocês não podem fazer isso. Só gente grande e com juízo pode aplicar ventosa. É perigoso porque tem fogo. O álcool pode espalhar, queimar e até matar quem brincar com ele. Não é brinquedo de criança.

Álcool e chama são perigosos.
Digá respondeu:

--- Tá bom, papai, a gente não vai fazer isso.

Lalu respondeu:

--- Nós nunca vamos fazer isso. Pode ficar tranquilo, papai.

Pé de algodão.
A Casa da Felicidade tinha um quintal espaçoso. Lá tinha galinha, lá tinha peru e lá tinha porco. Lá só não tinha latinha de cerveja, porque  naquele tempo cerveja era vendida em garrafa. Alguns porquinhos ficavam presos no chiqueiro, mas naquele dia um estava solto. 

O porquinho que estava solto era bonito, gordinho, de cor rosada,  com pele lisa, o nome dele era Porquinho Saruê. 

Os meninos tiveram a mesma ideia e disseram:

--- Vamos aplicar uma ventosa no Porquinho Saruê.


Digá pegou o copo, Lalu pegou o álcool e a caixa de fósforos, mas não pegou o algodão. Lalu encheu o copo com álcool.

Os dois meninos pegaram o  Porquinho Saruê, botaram fogo no álcool dentro do copo e aplicaram a ventosa nas costas dele.

O  Porquinho Saruê sentiu uma dor muito forte e escapuliu das mãos dos meninos.

O álcool e o fogo cobriram as costas do pobre  Porquinho Saruê. 

O  Porquinho Saruê correu pelo quintal esparramando fogo por todo lado. O pobre animalzinho estava apavorado e gritava muito alto. Os meninos correram atrás do Porquinho Sarué apagando o fogo.

Sorte os meninos não ficarem também queimados. Feliz o Porquinho Saruê que melhorou logo, pois leitão tem muita gordura no lombo que protege contra queimaduras.

O pai deu graças a Deus porque o  Porquinho Saruê não morreu, mas teve que castigar os meninos para eles aprenderem o valor da obediência.

Digá ficou de joelhos durante 3 horas em cima de grãos de feijão. Lalu era mais velho do que o Digá, por isso teve que ficar de joelhos, sobre grãos de milho de pipoca, durante 5 horas.

Quandro anoiteceu, o  Porquinho Saruê foi para o chiqueiro descansar de um dia tão difícil e doloroso. Todos da casa comeram bem naquela noite. Mas Lalu e Digá, por ordem do pai, só puderam comer arroz com feijão e angu. 

No outro dia todos estavam felizes, e o  Porquinho Saruê fuçava no quintal como se nada tivesse acontecido no dia anterior.


 ..................... FIM ..........................
    
 Se leu aprendeu:

A estória aqui contada
cheia de fogo e carvão,
aconteceu de verdade,
tinha copo e algodão.

Mas você que é criança
e não quer ter má fama,
evite brincar com fogo,
para não mijar na cama.

4 comentários:

  1. Pois até achei que os meninos, mesmo sem intenção, iam comer um churrasquinho de Saruê.

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    1. Você tem razão, o Porquinho Saruê só não morreu porque essa é uma história infantil. E espero que os netos do autor não leiam os comentários.

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    2. Você tem razão, o Porquinho Saruê só não morreu porque essa é uma história infantil. E espero que os netos do autor não leiam os comentários.

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  2. Lalu e Digá. Só podiam ser esses dois mesmo! Conheço-os muito bem. Isto é, quanto ao Digá tenho que infelizmente dizer: conneci-o.

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